Uma newsletter sobre newsletters. CP#56
A volta por cima do e-mail e o auge das newsletters.
Nesta edição:
I. O ano do ouro para o “imortal” e-mail.
II. Por que manter uma newsletter pessoal?
III. Minha “Central de Newsletters”.
IV. Conecta Links.
V. Conecta Livros
Não lembro quando começou minha compulsão por assinar newsletters de assuntos que me atraem. Lembro que desde 2016 virei remetente de uma. Quando descobri que eu, sem nenhuma "presença" online, poderia receber permissão das pessoas para eventualmente aparecer em suas caixas de entrada e compartilhar meus interesses numa conversa de "um para um", me tornei um grande adepto desse formato. Como sou muito mais da leitura e da escrita do que do vídeo e do áudio, foi natural ter escolhido a newsletter como forma preferida para consumir e produzir conteúdo.
Para mim, quanto mais populares as newsletters forem, melhor. E nunca houve melhor época para se espalhar a palavra delas por aí. Essa é a tentativa dessa edição.
"A newsletter pessoal é o novo blog. Só que melhor".
I. O ano de outro para o "imortal" e-mail.
Enviado pela primeira vez em 29 de outubro de 1969, e mesmo sendo dado como morto várias e várias vezes, ainda estamos enviando o tal dos e-mails em 2020. Apesar das incontáveis tentativas de destruí-lo e da evolução das mídias digitais, não há sinais de que essa, a mais antiga delas, morrerá num futuro próximo. Pelo contrário.
Se o ano ficará marcado pela pandemia e pela perda de lendas como Kobe Bryant e Maradona, (além dos incêndios na Amazônia, a derrota do Trump e o Babu no BBB), também poderá ser lembrado pela “volta” do e-mail. Mais especificamente, pelo boom das newsletters.
Essa tendência, que vem sendo sentida há alguns anos, ganhou impulso nos últimos meses, em que a pandemia forçou muitas publicações a mandar seus jornalistas para casa (no sentido figurado ou literal da coisa). Muitos destes jornalistas anunciaram a criação de novas marcas independentes através de newsletters, um formato relativamente fácil de pôr no ar e que coloca o escritor em linha direta com o leitor.
Para um pouco mais de contexto sobre essa tendência atual, é importante notar como o Covid-19 acelerou a inevitabilidade do modelo com suporte do leitor.
Com o engajamento em relação a mídia mudando de marcas e editores para indivíduos ou criadores, se fortaleceu a chamada “passion economy” (ou “creator economy”, "hustle economy", chame como preferir), onde a individualidade é recompensada e monetizada ao ser paga diretamente, substituindo os anúncios como receita principal.
É no contexto desse cenário que devemos considerar o crescimento das plataformas de assinatura que permitem a monetização direta, como Patreon, Anchor, Twitch, Onlyfans, Buy me a Coffee e, talvez a maior responsável por toda a nova onda de newsletters como formato e modelo de negócios: a Substack.
Quando você é um produtor de conteúdo, a única coisa que você não pode ignorar quando sua meta passa de perseguir acessos de sites para anúncios a leitores pagantes, é uma relação com os leitores. Nenhum leitor pagaria por um canal de informação em que não confia, valoriza ou não se envolve com frequência.
O tráfego via mídia social não é feito sob medida para construir tais experiências ou relacionamentos. O conteúdo em nossos feeds é conduzido muito mais por algoritmos, do que pela credibilidade do canal de informação ou do valor que ele pode trazer para você. E é aí que a maior fonte de tráfego de notícias está em desacordo com esse modelo suportado pelo leitor.
Ao contrário dessas plataformas, o alcance das newsletters não depende de algum algoritmo (ainda que a divulgação para captação de novos assinantes acabe dependendo), e fornecem aos editores um meio para se comunicarem diretamente com o leitor.
Nos últimos meses, diversos veículos de peso, como o New York Times, o Washington Post, a Fast Company e a Vanity Fair, se preocuparam em tentar entender essa crescente tendência e a movimentação desse mercado, que ganhou dois grandes anúncios nas últimas semanas:
- A aquisição de uma participação majoritária da Morning Brew pela Business Insider por US$75 milhões. (A MB é uma empresa de newsletters de negócios e finanças com milhões de assinantes e milhões em receita);
- O interesse do Twitter (já rechaçado) em comprar a Substack;
Isso é só pra ilustrar como esse mercado, de fato, está bem movimentado. E que apesar dos “poréns”, as newsletters vieram pra ficar.
Tanto as grandes marcas quanto os indivíduos com seus projetos profissionais, redescobriram o poder do e-mail. Mesmo sem essas ambições, se você tem algum projeto de formar uma comunidade online através de um hobby, de criação de conteúdo, (e especificamente de escrita), há cada vez menos motivos para não considerar fazer parte dessa tendência.
II. Por que manter uma newsletter pessoal?
Há quem diga que newsletters são os novos blogs. Só que melhores. Sem querer entrar nessa briga, a real é que uma boa newsletter não parece artificial ou calculada, todas parecem pessoais, como os bons blogs de outrora. (espero que essa esteja nesse caminho)
A minha impressão é de um movimento cada vez mais forte quanto ao retorno desses blogs (não sei como tá aí na sua bolha). E, talvez, essa movimentação no mercado de newsletters tenha a ver com isso. Ou vice-versa.
Já é chover no molhado falar sobre o declínio das mídias mais tradicionais, do estigma das redes sociais e das mudanças provocadas pela “nova” economia da atenção — com seu excesso de opções e interrupções. A newsletter se coloca como um espaço que dribla boa parte desses problemas.
Livre de anúncios, de algoritmos, permite mais controle sobre o que é consumido, mais autenticidade a quem escreve e cria um espaço de mais privacidade, intimidade e que valoriza a relação entre quem consome e quem produz.
Quando virei remetente de uma newsletter não era com a pretensão de me tornar escritor, redator, produtor de conteúdo ou de me posicionar como qualquer outra definição que possa ser dada para isso.
Meu desejo era de apenas compartilhar interesses e devaneios num espaço mais salutar que as redes sociais. É o que sigo fazendo pelo prazer de fazer, como bem define o texto “The Joy and Intimacy of the Personal Writing Outlet”:
“Esses projetos situam-se em uma intersecção fascinante de nossos interesses e desejos, nossos impulsos e nossas carreiras. (…) Esses veículos pessoais nos permitem escrever sem ter que reivindicar experiência profissional ou nos submeter à edição profissional; eles nos encorajam a fazer pelo prazer de fazer.”
E depois desse tempo por aqui, me orgulho de ter criado essa pequena mas especial comunidade através desse formato, escrevendo e publicando apenas pela diversão de fazer. É o que espaços como esse, com sua lógica de conversas de "um para um", proporcionam.
O que quero reforçar, é que você não precisa ser algum jornalista, redator ou editor profissional para começar. E nem mesmo especialista em algum assunto.
Nessa ótima entrevista, o CEO da Substack Cris Best, quando perguntado sobre o que as pessoas mais escrevem na plataforma, respondeu o seguinte:
"É muito amplo. Algo sobre o qual nos perguntamos desde o início, especialmente com newsletters pagas: alguém pagará por uma newsletter que seja engraçada ou divertida num sentido pessoal? A resposta é definitivamente sim. Temos uma gama muito ampla de tópicos, de negócios a política, religião, esportes, comédia, poesia, recomendações de música e quadrinhos. E o fio condutor de tudo isso é o relacionamento confiável entre o leitor e o escritor".
Esse é o principal barato disso aqui. Ainda que role doses de ansiedade, síndromes do impostor e outros receios, preparar, publicar e interagir com você a cada edição é uma boa sessão de autoterapia e diversão. Como todo bom hobby.
O mesmo vale pra quem tá na outra ponta. Antes de um remetente, eu era um ávido leitor de newsletters. E como leitor, acho que esse formato funciona como um oásis no oceano de conteúdo online.
Isso também explica parte do sucesso dos podcasts, que seguem a mesma lógica de consumo. Mas como não sou do áudio — e muito menos do vídeo — me tornar, além de leitor e editor, um evangelizador das newsletters, serviu super bem.
E essa é a palavra de hoje. Esse é o ano das newsletters. Enquanto muitos já a classificam como a próxima bolha a estourar, há os que se sentem atraídos para essa bolha como à uma corrida do ouro, onde pensam que esse ouro é mais fácil de ser encontrado do que realmente é.
Sigo achando apenas que essa é a melhor mídia digital para produzir e, principalmente, consumir conteúdo que temos nas mãos. A primeira delas, que segue viva até hoje e que, ao que tudo indica (alô Efeito Lindy), seguirá viva e sobrevivendo as inovações por muito mais tempo.
Que essas cartas virtuais resistam aos nocivos e atrasados parâmetros e critérios de outras mídias e que sigam sendo respeitadas e valorizadas por nós, leitores e escritores.
III. Minha Central de Newsletters
Um dos motivos do orgulho da comunidade CP News (por favor, mandem sugestões de um nome melhor), é que muitos dos leitores tem seus próprios projetos pessoais e a grande parte deles envolvem newsletters. Alguns que eram até inspirações minhas e que depois acabaram se tornando também assinantes.
Já recomendei algumas delas aqui e vou aproveitar para, inspirado na Central de Newsletters da Aline Valek, fazer uma pequena versão minha. Como precisaria de um longo espaço, vou listar apenas as pessoais, tocadas por um só indivíduo, em português e que seguem bem ativas. (Logo logo termino uma versão completa)
Seguindo a mesma lógica de tudo que indico aqui, são newsletters que realmente curto, acompanho e acredito muito que merecem ser compartilhadas. Espero que aproveite para colher o máximo delas para a sua própria coleção. (nos links tem a página para assinar). Em ordem alfabética:
Àgora: A newsletter do Estrategistas, o maior portal em português de crescimento pessoal sem enrolação dessa internet. Difícil mensurar a evolução pessoal que o Estrategistas me proporcionou com seus textos e referências. Apesar do site tá meio parado, o Paulo segue enviando novos textos através da newsletter.
Alex Castro: Conheci os textos do Alex nos tempos do PdH, com sua coletânea de ensaios “As Prisões”. Voltei a acompanhá-lo pelo instagram, onde tá sempre fomentando conversas, entre outras, sobre livros e literatura. E também na sua newsletter, onde compartilha seus textos quase que diariamente.
[Alt + Tab]: Acho que o Startup da Real dispensa apresentações pra quem tá aqui. Semanalmente ele compartilha seus textos inéditos e exclusivos pra quem tá cansado do papo raso e descolado da realidade de empreendedores e influencers e desmistifica vários outros discursos "da moda".
A Minha Newsletter: A Ana Luísa tem um gosto apurado que curto muito e compartilha as coisas mais legais que acha na internet numa das minhas curadorias favoritas. Muitos links para ler, escutar, seguir, assistir. Difícil não clicar em todos eles.
Bits to Brands: Essa é figurinha carimbada por aqui. E também um case de sucesso que acompanhei de perto. Abordando e unindo os universos de marcas e tecnologia de forma autêntica e sagaz, a Beatriz em pouco tempo conseguiu construir uma comunidade sólida e transformar um projeto pessoal em marca reconhecida na área. É também uma grande voz sobre esse formato como meio.
Coxia de Conchavos: Recomendei a da Camila na edição #54, já que um feedback e um dos seus textos inspiraram aquela edição. A Camila consegue a façanha de juntar luto, arte, sofrimento e redenção em textos de extrema sensibilidade e bom humor.
MargeM: Pessoas e histórias que importam. Um brilhante compilado de links e depósito de referências muito bem contextualizados, sobre os mais diversos assuntos, feito pelo Thiago Ney. Uma aula de curadoria.
Mini Mundos: O Adnilson é chef em Portugal e também escritor. Compartilha seus contos nessa newsletter que sempre vem acompanhada com reflexões sobre a vida e especialmente sobre a luta que é o processo de manter a rotina que o ofício da escrita exige. E que muito me inspira.
Newsletter do Braga: Não lembro quando e como topei com o trabalho do Luciano Braga, mas o acompanho há bastante tempo. Uma vez por mês, ele compartilha suas experiências e referências. Como sempre tá envolvido em vários projetos legais, suas reflexões e sua curadoria nunca decepcionam e têm sempre algo a agregar.
Rodrigo Ghedin: Responsável pelo Manual do Usuário, o Rodrigo, além da newsletter do site com dicas e reportagens semanais sobre gadgets, redes sociais e tecnologias do dia a dia, também envia uma newsletter pessoal com indicações de leitura e reflexões pessoais.
Uma Palavra: A newsletter da Aline Valek que também já cansou de ser citada por aqui. Excelente escritora, compartilha na news suas referências e textos sempre muito inspiradores, que abrem nosso olho pra muito do que tá acontecendo com a gente e com o mundo.
Um gole de poesia: Falei do Kalew na edição #53. Ele é um dos exemplos de inspiração que se tornou também um assinante. Ensaios, crônicas e ficção. Publicidade e poesia. O Kalew manda muito bem em tudo e aqui tem o trampo dele todo.
Esse é um breve esboço da central. Ainda assino e acompanho muitas outras de sites e outros projetos e logo organizarei todas numa versão completa.
Se você conhece alguma interessante e acha que possa gostar, não deixe de me recomendar. Aliás, não deixe de recomendar os projetos que gosta. Seus elogios e recomendações que muitas vezes salvam esses artistas.
Não esqueça de compartilhar e recomendar as newsletters que curte. Por trás delas tem uma pessoa real e não um algoritmo qualquer. E grande parte delas cresce somente como essa daqui, no boca a boca. Espalhe a palavra :)
🔗Conecta Links
◾ "Newsletters: tudo que você precisa saber para criar uma", é um excelente texto apresentando o mercado da escrita via newsletter. Em português, escrito pelo Valter Nascimento, também funciona como um tutorial para quem quer se tornar remetente de uma. “Esse modo quase artesanal e restrito de compartilhamento de informação não é casual. A internet se tornou um lugar perigoso, estressante e barulhento e a newsletter vai na contramão da briga por atenção, SEO e fake news."
◾ "We´re at Peak Newsletter, and I Feel Fine", é mais um artigo da Vanity Fair sobre a tendência. No Medium, a Axios usa a debandada dos jornalistas para o formato para explicar a movimentação desse mercado em "Pandemic spurs journalists to go it alone via email". E na OneZero, outra excelente entrevista com o Casey Newton, renomado jornalista que cobria tecnologia no The Verge desde 2013 e editava uma ótima newsletter sobre mídias sociais, sobre sua saída do site para a criação de uma newsletter própria na Substack.
◾◾ Como contraponto, a Wired fez essa matéria que fornece um contexto bem menos cor de rosa. "Auge das newsletters? Isso foi há 80 anos. Na década de 1940, os jornalistas fugiram dos meios de comunicação tradicionais para escrever diretamente para os assinantes. O que aconteceu a seguir pode ser um aviso".
◾ Já existe um app, o Listory, que funciona como um organizador/curador de newsletters. Tem acesso a mais de mil newsletters –mas ainda não àquelas enviadas apenas para assinantes pagos.
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◾ Perdemos Maradona, a maior figura da história do futebol mundial. O "Muito mais do que futebol" e o "Trivela" fizeram esses episódios (ambos disponíveis também no Spotify) em homenagem ao "mais humano dos deuses", nas palavras do Eduardo Galeano. Programas sobre o orgulho latino-americano, a identidade argentina, os anos 1980, a dependência de drogas, a voz contra o poder da Fifa, o ídolo mundial e muito mais. O Leandro Iamin, que participa dos dois podcasts, fez ainda esse belo texto de despedida: "Maradona e a barra da calça".
◾ Outra homenagem a uma perda é "Boa noite, família", emocionante episódio do Greg News em memória ao Cadu Barcellos, morto no centro do Rio e que além de cineasta premiado, com uma carreira dedicada à cultura e ao audiovisual e comprometida com as favelas, era assistente de direção do programa da HBO. "Pra direita conservadora, até quando a imprensa aponta corrupção e nepotismo, é porque ela tem um projeto de destruição da família". "A ideia de família não é um núcleo fechado, único. Família não se define só por amor. Família é antes de tudo uma rede de compromissos, uma relação de responsabilidade profunda e mútua".
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◾ O último episódio do Tecnocracia, "Manual prático para retomar sua atenção do calabouço das redes sociais" é de utilidade pública. O que o Guilherme Felitti faz no podcast, da escolha das pautas, o texto, as referências, a forma como os temas são desenvolvidos e entregues, é das principais inspirações para o que tento fazer por aqui. Sempre sensacional.
◾ "Lion City Rising" é um belíssimo vídeo de 5 minutos que mostra a velocidade com que novos prédios estão sendo construídos em Cingapura. "Quando passamos por paisagens, elas parecem fixas no tempo, mas mudam constantemente ao nosso redor. Cingapura passou por uma mudança incrível nos últimos 8 anos e eu tentei capturar o máximo possível dessa mudança. Não houve câmeras permanentes usadas neste filme, que exigiu visitas regulares ao local ao longo de 988 dias de filmagem e mais de 3300 fotos correspondentes."
📚 Conecta Livros
◾ Impérios da Comunicação: Do telefone à internet, da AT&T ao Google, de Tim Wu.
Editora Zahar. 432 Páginas.
O Tim Wu é sempre muito recomendado quando o assunto é a relação entre informação e tecnologia. Confesso que ainda estou no começo desse em que se dedica a minuciosa análise dos principais Ciclos tecnológicos “enfrentados” pela sociedade capitalista, ao longo do século XX. O ponto do Tim pelo que pesquisei é mostrar que praticamente todas as tecnologias nascem auspiciosas, nos levando a sonhar com sociedades melhores, unidas por “novos modos de expressão”. Mas que com o passar das décadas, contudo, esse sonho acaba substituído pela realidade das grandes corporações – e suas enormes “mãos invisíveis”. Pode invalidar boa parte do que foi compartilhado hoje. Mas livro bom é isso.
◾ Notícias: Manual do Usuário, de Alain de Botton.
Intrínseca. 240 páginas.
"Atualmente as notícias ocupam o lugar preponderante antes dominado pela religião, porém não costumamos refletir sobre o impacto delas em nossa vida." É o que faz Alain de Botton nessa análise. Comentei sobre esse livro lá na . Basicamente, ele nos ensina a lidar com o noticiário, além de mostrar que este poderia ser até uma boa forma de instrução se fosse feito da maneira correta, o que não é o caso na maior parte do tempo. Num segundo volume o Alain poderia mostrar como as newsletters estão discretamente consertando o que está errado com a grande mídia
Obrigado por seguir conectado. Não deixe de recomendar aos amigos e até a próxima.
~ Edgar Oliveira
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