Nesta edição:
I. Ser ou fazer. qual caminho seguir?
II. Não é sobre rotina mas sobre práticas.
III. O mundo não é um conjunto de coisas mas de acontecimentos.
IV. Conecta Links
V. Conecta Livros
VI. Só mais uma dica
Caos político, econômico e cultural. Politização de desgraças. Rotinas destruídas. Dá pra encarar tudo isso de modo mais construtivo, sem precisar se revoltar, escolher lados e se entregar a uma pizza gigante por dia. Eu acredito. Pode ser que amanhã a mídia traga um novo escândalo e lá vamos nós de novo cair na armadilha. Mas não custa nada tentar. Por aqui tenho tentado de novo mudar o foco pro que importa.
“Tempo é medida da mudança e, a mudança, é nossa única constante.”
I. Ser ou fazer. Qual caminho seguir?
Como já deu pra perceber, gosto muito de falar sobre hábitos, rotina, consistência e disciplina. Porque são com essas coisas que construímos. Riqueza, felicidade, um mundo melhor.
Enquanto na edição #50 falamos sobre continuar construindo mesmo em tempos de crise, na última já estava aqui contando como foi tudo que não consegui fazer nas semanas seguintes àquela edição.
Mais uma vez, quem clareou um pouco o mapa por aqui foi um texto do Estrategistas. O texto traz o que considera o maior estrategista de todos os tempos, o piloto de combate da Força Aérea americana John Boyd, para apresentar uma ferramenta de grande utilidade na batalha contra o caos atual.
Recomendo fortemente não só o texto como todo trabalho do Estrategistas, ainda mais relevante em momentos como esse.
O que mais me tocou no texto e que trago pra cá, no entanto, é uma passagem sobre a vida de Boyd que não tem nada a ver com estratégia. É o seu discurso Ser ou Fazer:
“Tigre, um dia você chegará a uma encruzilhada na vida”, ele disse. “E você vai ter que tomar uma decisão sobre qual direção você quer ir.” Ele levantou a mão e apontou. “Se você for naquela direção, você poderá ser alguém. Você terá que se corromper, e você terá que virar as costas a seus amigos. Mas você será um membro do clube e você será promovido e você receberá boas missões.” Então Boyd levantou a outra mão e apontou na outra direção. “Ou você pode ir naquele caminho e você fará algo — algo para seu país e para sua Força Área e para si mesmo. Se você decidir que você quer fazer algo, pode ser que você não seja promovido e você pode não receber boas missões e você certamente não será o favorito de seus superiores. Mas você não terá que se corromper. Você será verdadeiro para seus amigos e consigo. E seu trabalho pode fazer a diferença.” Ele pausou e olhou dentro dos olhos e coração de Leopold. “Ser alguém ou fazer algo. Na vida, com frequência chegamos nesse impasse. Aí quando você terá que decidir. Ser ou fazer? Qual caminho você irá seguir?”
Boyd escolheu fazer.
Por mais que tentasse me convencer do contrário, quanto mais refletia sobre esse discurso, mais percebia que eu quase sempre acabo optando pelo caminho oposto ao escolhido por John Boyd.
Como vemos no texto, o maior legado de Boyd foi uma ferramenta estratégica que pode ser usada como um importante modelo mental na luta contra toda incerteza e desorientação em que quase todo mundo se encontra.
Apesar de gostar dessas ferramentas na teoria, sou péssimo (ou apenas preguiçoso demais) para colocá-las em prática.
Isso me leva ao segundo ponto.
II. Não é sobre rotina mas sobre práticas
Vou soar repetitivo aqui mas insisto. Insisto até para reforçar pra mim mesmo que, a melhor maneira de navegar por essa nova realidade é…construindo.
Já alternei entre politizar todas questões e a largar tudo de mão. Entre me desconectar de tudo a acompanhar as redes sociais e todas as notícias de perto. Entre me cobrar por fazer atividades físicas todos os dias e relaxar total por entender que esse não é o momento pra essas cobranças.
É hora de focar nas coisas mais construtivas. Precisamos de mais “práticas”. E isso não quer dizer necessariamente mais rotina.
Como mostra o Ryan Holiday nesse texto, rotinas diárias são frágeis. E ainda podem se tornar seu pior inimigo.
Práticas são diferentes. Práticas são coisas que você faz regularmente — talvez diariamente, talvez não — mas em nenhuma ordem específica. São coisas para as quais você se volta repetidamente, para se reconectar. Coisas que você reconhece serem fundamentais pra sua vida.
Na edição #50 escrevi:
“Gosto de enxergar essa linha entre desistência e persistência pela lente da paciência. E da disciplina. Pensar não em velocidade mas em constância. E constância é sinônimo de rotina. E uma boa rotina ajuda na disciplina.
Muita rotina não resistiu a quarentena. Comigo não foi diferente. E por incrível que pareça, justamente nesse período bagunçado foi que consegui manter o cronograma dessa newsletter por mais tempo.”
Sem saber, na verdade, o que já estava fazendo era isso: focar nas minhas práticas construtivas independente de rotina.
Sair pra correr as 20 horas todos os dias é rotina. Se exercitar regularmente é uma prática. Comer no mesmo horário e no mesmo lugar é uma rotina. Ser vegetariano ou não consumir bebida alcoólica é uma prática.
A diferença está na flexibilidade. E em reconhecer que enquanto um é sobre ritmo diário, o outro é sobre uma busca vitalícia. Uma rotina pode ser arruinada com uma demanda inesperada no dia. Uma prática se adapta de acordo.
Fazer atividades físicas regularmente, por exemplo, é uma dessas minhas práticas. Minha rotina de super treino matinal diário é frágil. Pegar qualquer 15 minutos do dia pra fazer 60 flexões é uma prática que não me deixa frustrado por perder contato com o que me importa.
Não é que rotina não seja importante. Winston Churchill é um exemplo de como uma boa vida deve ter rotina e práticas. Quando em Chartwell, sua propriedade, ele gostava de acordar na mesma hora e fazer as mesmas coisas todos os dias. Tinha seu tempo para cochilar, sua hora para o primeiro drink, a hora do banho. Isso era parte da rotina. Mas as práticas fundamentais - ler história e poesia, pintura, alvenaria - essas coisas transcendiam o dia. Eram práticas pra toda a vida. Ele se voltava a elas estivesse uma guerra começando ou sua depressão ressurgindo.
Quase nada de bom emerge de uma pandemia global. É bem provável que sua rotina tenha sido destruída. Certamente a maneira normal de fazer as coisas foi significativamente alterada.
A rotina pode estar fora de alcance mas as práticas, na medida do possível, podem ser adaptadas. Rituais construtivos e momentos de paz fazem brotar esperança e confiança.
Somos o que fazemos repetidamente, diziam os estoicos. Rotina é importante. Modelos, teorias, ferramentas ajudam trazendo mais clareza, velocidade, precisão na orientação e tomada de decisão. Mas no fim das contas tudo se resume as práticas que escolhemos como lifelong pursuits.
Quais são as suas? Se agarre a elas. E me repito mais um pouco voltando ainda mais algumas edições: cultive o jardim que você pode tocar.
Os estoicos também diziam que você não controla o que acontece, apenas como você responde ao acontecimento. E que a única coisa que podemos mudar é a nós mesmos.
III. O mundo não é um conjunto de coisas mas de acontecimentos
Mudança é um outro tema bem em alta. Lá fora o mundo vira de cabeça pra baixo a cada semana. E com ou sem controle sobre isso, somos afetados por elas.
Promover mudanças na rotina é natural. Sofrer ataques inesperados a ela, também. A quantidade de ataques e o intervalo de tempo em que isso tem acontecido é que desnorteia. E nos últimos seis meses ocorreram mudanças equivalentes a uma geração.
Talvez seja daí que surge aquela sensação do tempo estar passando mais rápido. É muita coisa mudando rápido e ao mesmo tempo. A maneira como tradicionalmente pensamos o tempo, afinal, é essa: contar como as coisas mudam.
Se você leu o último e-mail percebeu que ando numa fase meio obcecada pelo assunto tempo (terminei Dark, a propósito, e é louco demais de bom).
Já a “Ordem do Tempo”, também citado naquela edição, ainda não acabei de ler. Mas tá lá que o Aristóteles foi o primeiro a chegar a essa conclusão sobre o tempo: o tempo é a medida da mudança. As coisas mudam continuamente: chamamos de “tempo” a medida, a contabilização dessa mudança.
Aristóteles acreditava que se nada muda, o tempo não passa.
Um tal de Isaac Newton, por sua vez, pensava exatamente o contrário. Em outras palavras, Newton reconhece o tempo de Aristóteles mas declara que, além deste, deve existir também um outro tempo. O tempo “verdadeiro”: que passa de qualquer modo, e é independente das coisas e de seus acontecimentos.
Não é necessário escolher um lado. Um outro gigante mostrou que na verdade, os dois estavam certos. A síntese entre o tempo de Aristóteles e o tempo de Newton é a pérola do pensamento de Einstein.
Isso não tem nada a ver com o que a gente tava falando (ou tinha?) mas minha atual obsessão pelo assunto não me permitiria deixar passar essa deixa pra trazer o tema.
Tentando pegar de volta o fio da meada, o mundo é isso: mudança. Uma rede de acontecimentos.
Toda evolução da ciência indica que a melhor gramática para pensar o mundo é a da mudança, não a da permanência. Do acontecer, não do ser.
Pode-se pensar o mundo como constituído de coisas. De substância. De entes. Do que existe. Que permanece. Ou então pensar que o mundo é feito de eventos. De acontecimentos. De processos. Do que sucede. Que não dura, que está em contínua transformação. Que não permanece no tempo.
Pensar o mundo como um conjunto de eventos, de processos nos possibilita apreendê-lo, compreendê-lo, descrevê-lo melhor. O mundo não é um conjunto de coisas, é um conjunto de eventos.
A diferença entre coisas e eventos é que as coisas permanecem no tempo. Os eventos tem duração limitada.
Isso tudo, portanto, vai passar. Outras pandemias e momentos de crise profunda já ficaram pra trás. O lance é a gente conseguir passar por elas com menos dano possível.
E aí voltamos ao começo. Enquanto o pior não passa e o caos reina precisamos de algo simples. Algo que os seres humanos sempre precisaram — sejam reis ou artistas, pais ou agricultores, senadores ou soldados.
Precisamos fazer. Acontecer. Sem alienação e romantização. Precisamos de práticas. Você não vai mudar o mundo mas pode impactar positivamente os seus próprios dias e os da sua comunidade.
Precisamos construir. Nem que seja um pequeno espaço para trocas construtivas como esse.
🔗Conecta Links
◾ Nas últimas semanas, tenho lidado bastante com preguiça e o "Disciplina não existe no vácuo" foi mais um texto do estrategistas que veio em boa hora. "Como se estimular a realizar tarefas dolorosas no curto prazo, mas que trarão frutos no longo prazo? Disciplina é basicamente isso. (...) Disciplina não se trata de se forçar a fazer uma atividade o tempo todo. Sem dúvida você irá lutar com a preguiça, mas ter energia, um bom plano e aproveitar os feedbacks positivos vai facilitar a vida com o ciclo de crescimento."
◾ Essas 3 dicas rápidas e práticas de como o estoicismo pode te ajudar a administrar suas emoções também são bem vindas.
◾ A gig economy está falhando. Diga olá para a hustle economy. Um mergulho na que também é chamada de passion economy, um mercado dependente de plataformas onde os trabalhadores vendem coisas como aulas, ebooks, podcasts, modelos de planejamento de refeições e clubes de associados. São chefs demitidos transmitindo no Twitch até jornalistas famintos por trabalho escrevendo boletins. "Os investidores em tecnologia chamaram isso de “passion economy”, um lugar onde qualquer um pode lucrar fazendo o que ama. Mas como esse termo corre o risco de exagerar os resultados desse trabalho e obscurecer seus laços com a gig economy, a última grande “disrupção” do trabalho moderno que revelou sua precarização, podemos chamá-lo de “hustle economy”, um mercado de trabalho online no qual os trabalhadores dependentes de plataforma podem criar e monetizar seus próprios produtos digitais.
◾ Por que buscamos por nostalgia em tempos de crise? É o que responde esse artigo do NYT e isso explica muita coisa sobre minha síndrome do vale a pena ver de novo. "...como forma de lidar com situações de repressão, nosso cérebro geralmente nos leva a lugares que subconscientemente designamos como "seguros", como lembranças passadas de férias alegres ou momentos felizes da infância que nos faziam sentir amados." A quarentena de fato potencializou essa busca e virou gatilho para nostalgia. "O momento de hiato e dúvidas, forçado pela pandemia de Covid-19, é um gatilho maior para as reminiscências. É quando a gente não tem esse espaço para o futuro, para as inspirações, para as utopias. Quando a gente não sabe quando vai vir e, pior que isso, a gente não sabe o que a gente quer que venha. Nesse limbo, a infiltração do passado vai tomando espaço".
◾ A audiência antiruste em que os CEOs das quatro principais big techs do Vale do Silício testemunharam diante do congresso americano foi um dia histórico para o mercado de tecnologia digital. O The Verge explica tudo que você precisa saber sobre essa audiência por condutas anticompetitivas. Vale o destaque pra mesma The Verge nessa matéria sobre uma das principais revelações da audiência: os e-mails do Facebook em que Zuckerberg escreveu que a compra do Instagram se deu para neutralizar um competidor.
◾◾ Já esse artigo do Scott Galoway traz uma série de perguntas que o congresso americano deveria fazer. É longo, cheio de gráficos e uma excelente análise sobre o cenário independente da audiência já ter passado.
◾ Da Olimpíada à pelada com amigos, 2020 é o ano em que paramos de jogar. Apesar de várias competições como a NBA e o Brasileirão estarem recomeçando, "Apagão no Esporte" analisa as consequências dessa parada em todos nós. "Muito além do futebol como paixão nacional, o esporte tem dimensões sociológicas profundas. Desde aulas de educação física das crianças e jovens até as competições mundiais, ele une diferenças, ensina a partilhar responsabilidades e a conhecer a si próprio. Mas a pandemia mudou a forma de consumir e praticar esporte. Como isso impacta nossa união em torno de um passatempo tão sério?"
◾ “Entramos numa era perigosa de evangelismo literário", é o que diz Cristovão Tezza sobre o lançamento de "A Tensão Superficial do Tempo", romance que usa o momento recente do país para investigar os pontos de contato entre público e privado, política e intimidade, desejo e solidão. "É preciso separar literatura de panfleto político –que, aliás, é um gênero bastante específico; a sua vida curta é o seu próprio DNA. O panfleto é escrito não sobre um momento, mas para um momento. Passado o momento, perde o sentido. Mas a boa prosa literária de ficção, desde a sua constituição mais clássica, sempre respirou o ‘calor da hora’, direta ou indiretamente.”
◾ Sem querer mas querendo, faço meu papel de evangelizador de Dark para deixar o questionamento: por que ninguém está falando sobre o melhor programa de TV da Netflix?
◾ O @bibliotecadomundo é dos melhores perfis sobre livros e literatura (às vezes música e cinema) do Instagram. Muita resenha aguçada sobre clássicos e raridades dos sebos.
◾ "As melhores histórias do nosso tempo, contada pelos melhores jornalistas do mundo". Assim se apresenta o "The Daily". Um podcast do NYT que ficou maior que o próprio NYT. O podcast é uma das mais bem-sucedidas iniciativas recentes do jornal que não para de crescer sua hegemonia na indústria. Pela primeira vez na história do New York Times, a receita com a plataforma digital é maior do que a gerada pelo impresso.
◾◾ Em "The Day That Shook Beiture", a correspondente da capital libanesa relata o que viu quando a explosão transformou seu apartamento em um local de demolição - e o que aconteceu nas horas seguintes.
📚Conecta Livros
◾ A trilha menos percorrida, de M. Scott Peck.
Editora Best Seller. 336 páginas.
Esse foi um dos livros mais importantes para o meu amadurecimento quanto a relações humanas. O autor é um psicólogo que utiliza as histórias de seus pacientes para apresentar conceitos valiosíssimos. É uma pena que a versão em português seja tão difícil de encontrar. Vale destacar a passagem que abre o livro: "A vida é difícil. “Essa é a grande verdade, uma das maiores verdades. Isso é uma grande verdade porque quando você realmente enxerga essa verdade, nós a transcendemos. Uma vez que realmente sabemos que a vida é difícil - uma vez que entendemos e aceitamos, a vida deixa de ser difícil. Porque uma vez aceito, o fato da vida ser difícil não importa mais.”
◾ O apanhador no campo de centeio, de J.D. Salinger.
Editora Todavia. 256 páginas.
Um clássico não é um clássico a toa. Um livro sem enredo definido e que graças a linguagem direta e popular de J. D. Salinger e a forma realista como é retratada uma fase da vida pouco observada na época, merece a posição que ocupa na literatura do século XX. O livro inteiro se baseia em dois dias de Holden Caulfield, um jovem aparentemente mal humorado, desajustado e cheio de lábia. Mas é só prestar um pouquinho de atenção pra perceber que as críticas e os devaneios filosóficos de Holden pintam um retrato fiel de uma etapa da vida que para muitos é apenas um tempo de sobrevivência, rebelião e lutas internas. É um livro ágil, humano, mostra as pequenas catástrofes da juventude e tudo o que faz da gente, o que somos.
🎬Só mais uma dica: Normal People.
"Normal People" da Sally Rooney - elogiada como a a primeira grande escritora millennial - foi um bestseller dos mais comentados em 2019. O livro foi adaptado para série de TV e com comentários de que a adaptação ficou ainda melhor. Aparentemente, Normal People é sobre uma história de amor no estado mais cru, intoxicante e adolescente entre uma jovem solitária, intimidadora e nada popular e um jovem que é quase o total oposto. Os dois entram na faculdade, e a dinâmica da relação muda (sem entregar muita coisa: os papeis meio que se invertem, de uma maneira engenhosa e sensivelmente irônica).
Com diálogos espertos, a narrativa se desenvolve e você só percebe no final que mais do que uma história de amor jovem, se trata de duas pessoas que estão perdidas e vulneráveis em um mundo alienante, mas que encontram força uma na outra para navegar por ele, além esticar padrões conservadores, machistas e (principalmente) classistas. Normal People não pretende desvendar grandes problemas da sociedade contemporânea, mas talvez até por isso consiga tocar em pontos caros ao mundo atual.
Pra quem tem Apple TV, tá disponível no Starz Play - que dá pra assistir naquele teste de 7 dias grátis. 😉
Obrigado por seguir conectado e até a próxima.
~ Edgar Oliveira.
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