Nesta edição:
I. O roubo como livramento.
II. Meus maiores furtos.
III. Compromisso com a criatividade.
IV. Conecta links.
V. Conecta livros.
Sempre que algum conhecido mais próximo me vê divulgando uma edição dessa newsletter recebo uma reação de espanto, do tipo “Nunca imaginei que você escrevia essas coisas” ou “nossa, você é blogueiro e eu nem sabia”. (nessa eu reviro os olhos rs)
Passado o espanto elas me perguntam da onde isso surgiu. De vez em quando algum de vocês também faz essa pergunta por aqui.
A vontade de responder essa pergunta, mais um tweet de semanas atrás da Beatriz Guarezi , idealizadora da Bits to Brands , foram inspiração pra edição hoje.
O assunto “se inspirar demais no conteúdo alheio” sempre me inquietou. Tanto pelo receio de passar do ponto na minha inspiração como por já ter visto "coisas minhas” por aí.
Mesmo que o assunto “como a Conectando Pontos começou” não interesse a quase ninguém, espero que a edição de hoje pelo menos sirva de incentivo pra que você comece a colocar todas as suas referências e inspirações acumuladas pra fora de alguma maneira.
I. O roubo como livramento.
“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
Dessa célebre frase de Lavoisier, chegando a citação do Chacrinha “Na televisão nada se cria, tudo se copia”, se passaram cerca de200 anos. Imagino que nossa vocação em simplificar tudo em frases de efeito entre aspas é que chegamos na máxima: “Nada se cria, tudo se copia”.
Do conceito de mashup (serviços criados pela combinação de diferentes aplicativos) que se tornou popular no mundo digital, ao possível adjacente (basicamente aplicar a teoria da evolução de Darwin as ideias) apresentado pelo Steve Johnson em “De onde vem as boas ideias”, assistimos cada vez mais a propagação da cultura do remix. (Podemos ir ainda mais longe e evocar Newton com sua “se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes”).
De Newton a Lavoisier, Chacrinha e Steve Johnson, a abordagem que mais gosto sobre o que vou chamar de filosofia do remix é a feita pelo Austin Kleon:
Todo artista ouve a pergunta: “De onde você tira suas ideias?”
O artista honesto responde: “Eu roubo”
É assim que o autor inicia “Roube como um artista”, seu livro com dicas preciosas sobre criatividade e produção de conteúdo, que mostra como todo trabalho criativo é fruto de uma série de referências.
Não só acredito como sou um adepto dessa doutrina do roubo. Doutrina que faz parte da filosofia que prega que nada é completamente original, que tudo é apenas remixado e se transforma.
Enquanto alguns acham essa ideia deprimente e desalentadora, pra mim é uma espécie de livramento. Tá até na bíblia: “Não há nada de novo sob o sol” ~ Eclesiastes 1:9
É um livramento pois se estivermos livres do fardo de ser totalmente originais, podemos parar de tentar construir algo do zero e abraçar a influência ao invés de fugir dela.
Durante muito tempo eu enxergava os ditos “criativos” como artistas geniais, seres míticos capazes de bolar desde sacadas cômicas do nada, a negócios disruptivos e belas e originais obras de arte, do zero.
Sempre me enxerguei como um ser de outra espécie, distante de qualquer parentesco com esses artistas e sem qualquer traço de criatividade.
Foi através da filosofia do remix que abracei a ideia de que "criativo" não é profissão e qualquer um pode se desenvolver como um. Pela primeira vez, mesmo longe de ser um artista, me vi como possível membro desse grupo de seres que…criam coisas.
Pela primeira vez me vi livre do mito que diz que esse negócio de criatividade é coisa só pra artista, publicitário ou inventor, coisas que nunca estiveram perto de entrar no meu currículo.
A filosofia do remix é portanto, ao mesmo tempo desanimadora e promissora. Se tudo já foi inventado, se nada é cem por cento original, o que resta é “roubar” (o que vale a pena ser roubado como prega o Kleon), combinar e refinar os produtos do roubo, de preferência de um jeito criativo.
Quando se fala sobre nada ser original nos dias de hoje, é sobre nada ser criado do zero. Mas o que não é criado do zero não precisa não ser original e autêntico. Se tudo que surge é fruto de bons “roubos” aliado a uma boa combinação, a originalidade surge dessa combinatividade, da forma criativa e inovadora como os furtos são conectados e associados.
“Roubar” de muitos, mashups, o possível adjacente, remix, todos esses conceitos vêm pra derrubar mais um mito. O de que criar e inovar só ocorre quando se concebe coisas do zero, a partir do nada. O que não significa que não existam coisas originais e novas sendo feitas.
É bom deixar claro que a filosofia do remix não nos distancia da busca pela originalidade e autenticidade.
“A estrela do basquete Kobe Bryant admitiu que todas as suas jogadas na quadra foram roubadas dos vídeos que assistia. Mas no início, quando Kobe as roubava, percebeu que não podia executá-las exatamente igual porque não tinha o mesmo tipo físico dos caras que estava roubando. Ele precisou adaptar as jogadas para torná-las suas.” (Vídeo meramente ilustrativo)
Tomando o Kobe como exemplo, mesmo copiando e imitando os outros, nada vai sair como o original, afinal, somos únicos e nossa cópia imperfeita já será algo de certa forma, original.
“Se você copia de um autor, isso é plágio, mas se você copia de muitos, é pesquisa.” ~ Wilson Mizner
Ao falar sobre copiar e imitar, é bom deixar claro que não se trata de plagiar. Algo que além de imoral, pode te render um processo. A pura e simples cópia não faz parte da doutrina do roubo. O Austin Kleon aponta que se você leu o livro dele direito, jamais será acusado dessa atitude.
Como a própria Beatriz complementou na boa discussão que seguiu à seu tweet, e como mostra o gráfico do Kleon, é muito sobre a forma como você se inspira, a forma como realiza o furto.
Dar crédito às suas inspirações, por exemplo, é básico e o mínimo que pode fazer pra evitar ser acusado de plágio e de ter um creator que admira pistola com você. Porque sim, no caso levantado pela Beatriz, não rolando os devidos créditos eu ficaria mais pistolado do que lisonjeado.
II. Meus maiores furtos.
“Aqueles que não querem imitar nada, produzem coisa alguma”. ~ Salvador Dali.
A Conectando Pontos surgiu meio que pra abrir o cofre dos meus furtos. Segui a doutrina com disciplina e colecionei uma coletânea de referências (gosto de quem chama de inputs) que não para de crescer no meu cada vez mais apertado e bagunçado depósito de armazenamento. Era preciso colocar esses inputs pra fora (transformá-los em outputs) pra gerar mais espaço e clareza.
Foi pensando em passar essas referências adiante de uma forma minimamente organizada e coerente que a newsletter se encontra nesse formato atual, ainda que até hoje não sei definir o que é a Conectando Pontos. Tá, é uma newsletter, mas sobre o quê? Tenho dificuldade sobre essa definição e é algo que me perturba pois interfere na forma como divulgo o conteúdo por aí.
É assim então que a filosofia do remix funciona como um livramento outra vez. Não precisei ficar esperando uma definição original aparecer. Apenas peguei o que outros já faziam e comecei copiando e fazendo do meu jeito (sem um nome super original, um design pra lá de criativo e uma definição disruptiva). Sempre dando os créditos e contando com a sorte e a generosidade dos que me inspiraram em ajudar e incentivar.
(Essa é outra vantagem de dar os devidos créditos. Por mais “famoso” que sua inspiração seja, dificilmente ela não vai gostar de ter você divulgando o conteúdo dela de forma genuína por aí).
Umas dessas pessoas é o Paulo, autor do portal Estrategistas que foi uma grande fonte de inspiração e aprendizado. Descobri o prazer e o poder dos livros com os textos do Paulo e a lista de recomendações de leitura que mantinha, o que também me levou a conhecer o Ryan Holiday e também a sua famosa “reading recommendation list”.
Com minha lista de “quero ler” aumentando, sem ter com quem falar sobre as leituras que fazia e buscando uma forma de fortalecer a consistência do hábito, criei minha própria lista de “recomendações de leitura” e comecei a enviar tudo que lia mensalmente para minha lista de 4 seguidores (todos inscritos na base da livre e espontânea pressão). Todo mês era um e-mail com os livros mais recentes que li e uma breve resenha.
O próximo passo foi enviar alternado com as recomendações de leitura, os pequenos textos que escrevia na Jornada Diária — publicação onde escrevi diariamente (nem que fosse uma frase ou indicação de conteúdo qualquer) durante 260 dias.
Dessa vez a inspiração foi o Larusso que, inspirado no Seth Godin (que publica textos diários há mais de 10 anos) escrevia todo os dias no seu blog. Depois de criar o hábito de ler, queria fixar o hábito de escrever e, tornar público o compromisso de fazer isso todos os dias poderia ajudar.
É verdade que vira e mexe penso em excluir toda essa publicação lá do Medium pela vergonha das coisas que escrevi, mas acabo desistindo por pensar que aquilo é um bom lembrete pra mostrar de onde parti. É provável que daqui um tempo também sinta vergonha das coisas que escrevo aqui.
Quando quebrei a corrente e não consegui publicar o texto #261, passei a compartilhar (agora além daqueles 4, com uns 20 seguidores a mais) em paralelo às recomendações de leitura, 10 links interessantes toda semana. Chamei de 10 pontos que merecem ser compartilhados, partindo desse texto aqui.
Nesse momento usei como inspiração a newsletter do Austin Kleon (olha ele aí de novo) que compartilha toda semana “10 things worth sharing” e faz tempo é uma das minhas favoritas, pela simplicidade e pelos temas e qualidade dos links que o Kleon compartilha.
Junto aos links ia uma pequena reflexão sobre alguma situação que havia experimentado ou observado na semana.
Foi a partir daí que resolvi unir essas reflexões e observações com as recomendações de leitura e com os links interessantes e fazer uma coisa só. Com todos os antigos inputs somados a novas referências favoritas como, por exemplo, a Bits, a news do Startup da Real, o Boa noite Internet e mais uma série de conteúdos em formatos dos mais variados que sigo, a coisa evoluiu pra esse modelo atual.
Apesar de sempre me questionar por causa do nome pouco original, Conectando Pontos faz sentido também por causa disso. O que tento é pegar um monte de referências e colocar no meu formato e na minha linguagem, abordando questões que tenho curiosidade e acho importante, gerando um conteúdo se não totalmente original, ao menos minimamente bem remixado, com uma curadoria bem empacotada.
Se autenticidade é só o que ainda não foi combinado, talvez esteja apenas faltando algum elemento para eu chegar mais próximo dela. E essa é uma boa hora pra dizer que sugestões são sempre bem vindas. ;)
III. Compromisso com a criatividade.
Ainda não terminei mas já posso dizer que essa aqui é uma das edições que mais gostei de escrever. Acredito que é porque estava com essa pauta engavetada faz tempo apenas esperando uma oportunidade pra usar.
A parte mais importante de colocar uma edição dessa newsletter na rua — e acredito eu qualquer projeto do tipo — é transformar a pauta escolhida num conteúdo cativante, com informações importantes, bem embasadas. É transformar a pauta num material agradável e relevante de ser lido.
Além de mais importante é a parte mais trabalhosa porém mais interessante. Afinal, é onde estou praticando a parte que mais gosto, a de escrever. Mas não é só isso.
(E é por isso que esse papo de trabalhe com o que gosta e nunca terá que trabalhar na vida é pura balela. Sempre haverá partes necessárias ao trampo independente de qual seja, que com certeza não serão tão atraentes, algumas serão até bem chatas e detestáveis de serem feitas).
Tem uma parte aqui que não chega a ser dessas detestáveis mas é talvez a mais angustiante. É a definição da pauta. Quando a gente “trabalha” entregando conteúdo, tudo que lemos, assistimos, ouvimos, percebemos, imaginamos, tudo vira possível pauta. Complicado é definir qual dessas várias possíveis pautas será a escolhida da semana. (Me ocorreu agora que criar uma agenda com todas as pautas até o fim do ano pode resolver o problema).
Muitas vezes, depois de já começar a escrever a pauta escolhida, percebo que não tenho informação e conhecimento suficiente pra escrever sobre aquilo ou que pra ficar bom do jeito que quero o texto vai ficar maior do que já costuma ser (tento mais não consigo deixar as edições mais enxutas, mals ae) ou que aquele assunto que se mostrava atraente na verdade era um saco.
Por isso que essa foi uma edição além de gostosa de escrever, “fácil” de colocar na rua. Não rolou aquela angústia de ver o tempo passar e eu não sentar pra escrever simplesmente porque não sabia sobre o que escrever.
O tweet da Beatriz foi a fagulha que precisava pra me fazer escolher a pauta "meu processo criativo e minhas inspirações" que tava na gaveta há algum tempo.
O motivo do engavetamento é que nunca achava que era o momento certo. primeiro, porque apesar de receber algumas perguntas do tipo, quem mais ia querer saber disso? Um dos conselhos mais clichês que você recebe quando pesquisa sobre escrita é a de não falar muito sobre si próprio.
Segundo porque desde que voltei pra CLT o tempo encurtou e não consegui manter qualquer rotina e processo de escrita estruturado, logo não tenho processo pra compartilhar. Apenas decido a pauta baseado no limite do prazo imposto a mim por eu mesmo (tipo vai essa mesmo porque não dá pra esperar mais) e abro o computador pra escrever quando aparece algum tempo.
Terceiro porque acreditava que só poderia escrever algo do tipo quando enfim me enxergasse como um criativo, um artista, alguém que as pessoas se interessariam em ler sobre.
Mas é como falei, a filosofia do remix é um livramento. Não sou um artista mas vamos deixar claro: todo mundo tem dentro de si uma capacidade criativa e no mundo de hoje é quase uma obrigação desenvolver essa capacidade já que o cenário pintado é de que só sobrarão para nós mortais as profissões ditas, criativas.
Com o mito do artista derrubado, concordamos que essa aptidão não é apenas para os publicitários, designers, roteiristas, estilistas e afins. Mas qualquer profissão/situação em que você precise usar a cabeça para resolver problemas e, não menos importante, passar a solução encontrada para o mundo, seja para divulgar seu trabalho ou para explicar as pessoas responsáveis por colocar tal solução em prática.
Por isso a escrita criativa é tão importante hoje e, mais uma vez, não é apenas pra quem trabalha com coisas mais artísticas tipo roteiristas de Hollywood. Aquele e-mail pro seu chefe ou seu subordinado, o post divulgando seu projeto, o resumo de um evento a seus colaboradores, tudo isso precisa de escrita criativa — que depois pode virar até virar um podcast ou um documentário mas começa com o bom e velho texto.
E aqui entra o compromisso com a criatividade que vou tornar público e firmar com vocês. Comprei um curso sobre branding, storytelling e produção de conteúdo justamente para, entre outras coisas, melhorar essa escrita criativa.
Só que já comprei o curso tem quase dois meses e não fiz sequer uma aula. Além do sentimento de culpa, cada vez que lembro que paguei por algo que não to usufruindo vem uma pontada no coração.
Então, conto com a cobrança de vocês pra não perder mais tempo e com estudo e dedicação conseguir melhorar não só o conteúdo aqui como quem sabe aparecer com novos projetos.
Não passe pano, pode cobrar!
E pra encerrar por hoje, um momento coach: Criatividade é mais processo que inspiração. Descubra o seu, pratique e mostre o que faz. Tem uma galera que se contorce ao ouvir isso mas vou falar: Todo mundo é criativo sim.
🔗Conecta Links
◾ Como ter uma vida autêntica? [Leitura, 7 min, em português]
O primeiro de uma série de três textos onde através de Heidegger, Van Gogh e Kafka aprendemos mais sobre o caminho para a autenticidade. Os tipos de texto que gostaria de conseguir escrever.
◾ Você precisa driblar seu bloqueio criativo [Leitura, 8 min, em português)
Produzir conteúdo não depende nem de dom nem de inspiração, depende de vergonha na cara. Boas dicas pra lidar com o chamado bloqueio criativo e pra reforçar que criatividade é mais processo que inspiração.
◾ Você não é uma marca [Leitura, 6 min, em inglês]
Sheryl Sandberg, diretora de operações do Facebook traz uma visão diferente sobre a importância das marcas pessoais e a tênue linha entre "ser quem você é" e "ser o que os outros querem que você seja".
◾ A favela não venceu [Leitura, 16 min, em português]
Depois do lançamento do seu livro, o Startup da Real voltou a soltar um textão no Medium daqueles super embasados e necessários como de costume. Uma leitura obrigatória pro pessoal do asfalto e com precisas citações a letras do rap que sempre são mais didáticas que os livros de sociologia.
◾ A economia da ansiedade [Leitura, 11 min, em português]
De novo a Beatriz da Bits to Brands, dessa vez dando uma aula sobre a economia da ansiedade e como esse mercado crescente no mundo todo baseado nas nossas maiores angústias pode nos guiar para uma vida ainda mais ansiosa.
📚 Conecta Livros
◾ Mostre seu trabalho: 10 maneiras de compartilhar sua criatividade e ser descoberto, de Austin Kleon.
Editora Rocco. 224 páginas.
Como já indiquei o "Roube como um artista" do Austin Kleon e ainda não li "Keep Going", seu novo livro, deixo a indicação desse que é mais um excelente material pra quem produz conteúdo ou pensa em tirar qualquer projeto criativo da gaveta. Em "Mostre seu trabalho" o autor defende que dividir os bastidores do seu processo criativo e produtivo é uma forma eficiente pra ser encontrado pelas pessoas certas (clientes, seguidores, empregadores, parceiros). Mesmo sem ler o último livro da trilogia, posso dizer que todos eles valem muito a pena. O formato, a linguagem, o estilo próprio e as preciosas dicas dos livros do Kleon são de muito valor.
◾ Do que eu falo quando falo de corrida, de Haruki Murakami.
Editora Alfaguara. 152 páginas.
Meu primeiro livro do aclamado romancista japonês Haruki Murakami. Esse é um livro mais autobiográfico do autor, onde ele fala sobre suas experiências como maratonista. Mas como sugere o título, através de seu relato sobre a prática da corrida, Murakami acaba tratando de vários temas relacionados não só a a esse aspecto como a sua vida pessoal, sua escrita, a todo o seu processo criativo e como o esporte influenciou tudo isso. Uma leitura agradável e revigorante com grandes lições sobre dedicar energia durante grande parte da vida a um esporte e a um projeto criativo.
Como comentei no spoiler lá no instagrão, a news atrasa mais sai. Agora sempre as sextas de forma oficial, pelo menos até a próxima, que vai saber, pode voltar a sair na quarta.
Até a próxima.
~ Edgar Oliveira.
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