Conectando Pontos - CP#24
Conectando Pontos #24
Lembre-se daquela coisa que te colocou no jogo
Foram 42 dias sem essa news no seu e-mail. Entre vários motivos, o principal foi a mudança drástica de rotina durante essas semanas. Teve casamento (sim, casei o/), viagem, mudança na sociedade da empresa, crise de dor nas costas. Motivos bons ou ruins, todos contribuíram para que a rotina virasse de ponta a cabeça.
E é incrível como sinto falta de ter uma rotina bem definida para avançar no meu dia a dia. Tive mais uma prova do poder da constância, da regularidade, de focar no sistema em vez do objetivo.
Perder o passo e voltar ao ritmo anterior é bem mais difícil que simplesmente manter a roda girando. Pra falar só da news, a cada dia sem escrever nada, cada semana falhando em enviar esse e-mail, aumentava os questionamentos sobre se valia a pena continuar aparecendo na sua caixa de entrada.
Pra que seguir com isso? Alguém se importa? Não escrevo nada que presta. Ninguém sentiu falta. Não tem porque continuar.
Daí, chega um e-mail perguntando porque parei de enviar. E lembro daquele texto que cliquei “publicar” mesmo achando uma bosta e morrendo de vergonha, mas que um tempo depois chegaram respostas de que o texto ajudou elas de alguma forma. E lembro da sensação de estar fazendo algo que gosto e que gera valor pra outros, e assim os questionamentos somem e apareço aqui de novo.
Não foi a primeira e nem será a última vez que essa quebra de rotina e pensamentos como esses aparecem. Já escrevi sobre sair e voltar aos trilhos. Reconhecer o desvio na rota e voltar ao sistema o quanto antes. E é isso que estou fazendo mais uma vez. Não só com a newsletter mas com tudo que ficou bagunçado nas últimas semanas.
Como voltei a “arrumar a casa” agora, não tenho links essa semana, mas deixo aqui algumas referências que esbarrei nos últimos dias e me lembraram da real motivação do meu compromisso aqui.
A Vida de um Projeto
Em seu livro Roube como um artista (já recomendei várias vezes aqui, é uma leitura rápida e bem inspiradora), Austin Kleon apresentou o gráfico abaixo representando a vida de um projeto criativo, desde a concepção da ideia até sua realização. (Lembrado pelo Luciano Braga na sua última newsletter)
Do animador início ao achar nossa ideia brilhante, passando pelos questionamentos de reconhecer que na verdade a ideia é uma bosta até chegar ao ponto do pensamento: “acabou e ficou horrível, mas não tão ruim como pensei”.
Atravessar essas fases é normal, o importante é seguir até o final, entregar algo e tentar de novo.
Quote: Ryan Holiday em O Ego é seu inimigo
É muito melhor quando fazer um bom trabalho é suficiente. Em outras palavras, quanto menos nos preocuparmos com os resultados, melhor. Quando atender aos nossos próprios padrões é o que nos enche de orgulho e respeito próprio. Quando o esforço basta, não importando se os resultados são bons ou ruins.
A longa batalha para criar algo digno de nota: Por Ira Glass (Apresentado por James Clear neste artigo)
(Clique na imagem para assistir)
“Quando ele era apenas um estagiário de 19 anos, Ira Glass tinha um gosto pelo jornalismo e pela narrativa. Ele sabia reconhecer como era o bom jornalismo quando este era bem feito. Mas levou 17 anos de trabalho antes que ele mesmo pudesse começar a fazê-lo bem. E, como ele diz acima, isso foi frustrante.
É mais fácil reconhecer a beleza do que criá-la. Você é bom o suficiente para saber que o que você está fazendo não é bom, mas não bom o suficiente para produzir algo grande. Quando você se encontra nesse limbo frustrante, o desafio é nunca esquecer o que te levou até lá.
Lembre-se daquela coisa que te colocou no jogo.”
Pra conferir as edições anteriores, basta acessar a publicação Conectando Pontos no Medium.
Se gostou, compartilhe.
Se acha que algum amigo pode se interessar por esses links e por essa newsletter, basta indicar essa página aqui → Conectando Pontos.
Um abraço e até a próxima.
Edgar